Via hidroviária no Rio Tocantins ampliará operações dos portos do Arco Norte
Coluna Luís Celso Borges - Edição da quarta-feira
A partir de 2025, os portos do Arco Norte terão uma nova via hidroviária na região amazônica com o início da navegação comercial e de passageiros no Rio Tocantins. Atualmente, a região tem capacidade instalada de 52 milhões de toneladas, com previsão de atingir 100 milhões de toneladas nos próximos cinco anos.
O Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), expediu as licenças de operação das eclusas de Tucuruí, viabilizando a navegação no trecho entre a foz do Rio Tocantins e Marabá (PA). “Estamos muito felizes com essa notícia que tanto irá agregar ao desenvolvimento comercial da navegação na região, como também possibilitará uma nova rota de transporte para as comunidades que residem ou trabalham às margens do Rio Tocantins”, disse o diretor presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT), Flávio Acatauassú.
Porto de Vila do Conde/PA
O executivo afirmou que já há empresas interessadas em iniciar a navegação no corredor logístico do Rio Tocantins, movimentando grãos provenientes de Mato Grosso e Tocantins no período das cheias do rio, de janeiro a junho, mesmo sem as intervenções de dragagem e derrocamento previstas, percorrendo a rota que se inicia em Marabá e termina em Vila do Conde. “Prevemos uma boa movimentação de granéis neste corredor já no primeiro semestre de 2025, com destaque para a soja”, destacou.
ARTIGO POR FABIANO LORENZI - “O futuro da logística no Brasil está na nossa costa”. CEO da Norcoast
Entre 2005 e 2008 eu tive a oportunidade de participar do setor de cabotagem. Lembro de estarmos revisitando a estratégia e falando dos principais motivadores para o crescimento da empresa. Dentre eles, as dimensões continentais e a concentração do PIB na região costeira. Quase 20 anos depois, após um expressivo crescimento do setor, ainda vejo um cenário de oportunidades e desafios para o setor logístico.
Nosso extenso território, combinado com uma costa de mais de 8 mil km e 34 portos públicos — que movimentaram mais de 1 bilhão de toneladas de carga em 2023 — é um palco com enorme potencial para a transformação do setor. A navegação costeira, então, desponta como uma eficiente alternativa para transportes de longas distâncias, conectando produção com consumo. Em um país onde a maioria das cargas são transportadas pelo caminhão, a cabotagem é uma solução muito interessante, seja por motivos financeiros ou ambientais. O mercado já vislumbra um cenário favorável para o crescimento do modal: empresas de grande porte pretendem aumentar em 38% o uso da cabotagem até 2025, de acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Os indicadores revelam a confiança no setor e na sua capacidade de melhorar a eficiência das cadeias de suprimentos.
O transporte marítimo apresenta-se como uma solução mais sustentável, no que diz respeito à emissão de gases de efeito estufa: navios emitem até quatro vezes menos CO2, conforme dados do Observatório do Clima. Na COP-29, realizada neste ano no Azerbaijão, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir as suas emissões líquidas de gases de efeito estufa em até 67% até o ano de 2035. Desta forma, vejo com ainda mais certeza a cabotagem como uma aliada importantíssima para auxiliar no alcance dessa meta e liderar a transformação ambiental que o país tanto precisa. Diante desse cenário desafiador, a discussão sobre o uso de outros modais de transporte tende a ser inevitável nos próximos anos, caso o Brasil pretenda ser referência em políticas de sustentabilidade e eficiência econômica. É possível reduzir o custo operacional logístico da cadeia de suprimentos, através da do uso combinado entre diferentes modais de transporte com a cabotagem. A integração, através do modelo de hubs logísticos multimodais que conecta portos a ferrovias e rodovias, pode otimizar ainda mais a eficiência do transporte de cargas, garantindo um fluxo contínuo e integrado.
A entrega do serviço porta a porta hoje é uma realidade do setor. Cerca de 70% dos contêineres transportados por nós, são realizados na modalidade porta a porta. Essa sinergia entre modais tem o potencial de reduzir ainda mais os custos, entregando uma proposta mais completa de valor para o cliente, aumentando a competitividade das empresas brasileiras. Retorno ao setor animado com as oportunidades e consciente dos desafios. Aqui na Norcoast, acreditamos que a navegação costeira tem o potencial de liderar a agenda do desenvolvimento da infraestrutura do país, se consolidando como uma solução mais eficiente, segura e sustentável.
LOGÍSTICA – AGRONEGÓCIO – NEWS
FRIOS - A Cadeia do Frio brasileira está focada na modernização e na busca por soluções mais sustentáveis. Após movimentar R$ 12,15 bilhões em 2023, o setor mira um futuro de crescimento sustentado por tendências como automação, integração logística regional e ampliação da capacidade instalada, que deve crescer anualmente a uma taxa de 10,02% até 2029. Levantados pela OAJ Consult, os dados também demonstram que os dez principais operadores do segmento concentram 35% da receita total e 80,9% da capacidade instalada — que ultrapassa os 23 milhões de m³ distribuídos em 350 unidades operacionais.
NUVEM ENVIO - A Nuvem Envio, unidade de negócios especializada em soluções de logística da Nuvemshop, entregou 9,5 milhões de encomendas no Brasil em 2024, representando um aumento de 46% em relação a 2023. Segundo a companhia, os estados que mais se destacaram pelo volume de entregas foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. De acordo com a empresa, os segmentos com maior número de entregas foram Moda, Acessórios, Higiene, Beleza, Suplementos e Fitness.
BIND TRACK - Com pouco mais de 200 milhões de habitantes, o país hoje produz alimentos suficientes para necessidades calóricas de aproximadamente 900 milhões de pessoas, ou seja, o equivalente prevenira 11% da população global. Essa é a conclusão do relatório apresentado neste ano pela BTG Pactual, que apelidou o Brasil de “celeiro do planeta”. Entretanto, segundo a BindTrack, a falta de rastreabilidade nas commodities agrícolas do país, como soja e milho, tem causado transtornos pela adulteração e desvios de cargas. Segundo levantamento da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), são cerca de R$ 5 bilhões a menos por safra.
DNIT INFORMA - A partir deste sábado (18), o tráfego na ponte sobre o Rio Caeté, km 282,65 da BR-364/AC, em Sena Madureira, estará totalmente interditado. A ação é uma medida preventiva, necessária após inspeção técnica no local.
ATENÇÃO - Usuários da BR-262/ES. Na terça-feira (14), o tráfego para veículos de carga com PBTC acima de 57 toneladas está restrito na ponte sobre o Rio Jucu, localizada no km 29, em Domingos Martins.
MATO GROSSO DO SUL - Na Travessia Urbana de Dourados, do km 0 ao km 5,5 da BR-463/MS, próximo à cidade de Dourado, a autarquia realiza serviços de aplicação de Concreto Betuminoso Usinado Quente na faixa C e barreira New Jersey.
NOVO ZONEAMENTO - O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, no Diário Oficial da União na terça-feira (14), a atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da canola. Trata-se de uma oleaginosa em expansão no Brasil. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola), em 2024, cultivou-se no país 186.240 hectares. A principal zona de produção é o Rio Grande do Sul, seguida pelo Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Distrito Federal.
MERCADO DA SOJA - O mercado brasileiro de soja teve pouco movimento nesta terça-feira. Houve registro de negócios nos portos, mas poucos volumes tiveram pagamentos imediatos, pois a colheita está no início. Os vendedores com soja disponível para embarque rápido aproveitaram os preços mais altos. Produtores do Mato Grosso seguem apreensivos quanto à safra no estado e, por isso, estão fora do mercado. O viés dos preços foi de baixa, acompanhando os movimentos de Chicago e do dólar.
CHICAGO - Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam com preços mais baixos. Após dois dias de ganhos acentuados, com os contratos atingindo o maior patamar desde outubro, o dia foi de realização de lucros. O relatório do USDA apontou estoques e produção norte-americanos abaixo do esperado, o que deflagrou os ganhos anteriores.
CÂMBIO - O dólar comercial encerrou em queda de 0,85%, sendo negociado a R$ 6,0459 para venda e a R$ 6,0439 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 6,0408 e a máxima de R$ 6,0923.
CARNE DE PERÚ - As exportações brasileiras de carne de peru e pato, segmentos de alto valor agregado da avicultura, movimentaram US$ 165 milhões em 2024, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em nota. Ambas apresentaram queda na receita na comparação com 2023, com recuo de 23,4% para a carne de peru e de 12,7% para a de pato. A receita com a carne de peru foi de US$ 153,9 milhões contra US$ 201 milhões um ano antes. O volume caiu 8,1%, de 69,8 mil toneladas em 2023 para 64,1 mil toneladas em 2024.
CARNE DE PATO - As exportações de carne de pato apresentaram crescimento de 1,3% em volume, para 3,551 mil toneladas, mesmo que a receita tenha recuado de US$ 13,7 milhões em 2023 para US$ 11,9 milhões em 2024. O Oriente Médio foi o principal destino da carne de pato brasileira, com destaque para os Emirados Árabes Unidos, que importaram 1,5 mil toneladas (+66%). A Arábia Saudita adquiriu 893 toneladas (-9%), enquanto o Chile registrou aumento de 94%, para 195 toneladas importadas.
ISENÇÃO - A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois mínimos mínimos será mantida em 2025, disse nesta terça-feira (14) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
RESULTADO CNU - Governo antecipa para 4 de fevereiro divulgação do resultado final do Concurso Nacional Unificado. Nessa data terá início o prazo para a confirmação de participação nos cursos de formação previstos para os blocos 1 a 7.
REDES SOCIAIS - O fim do serviço de checagem de fatos da Meta – companhia que controla Facebook, Instagram, Threads e Whatsapp – ocorreu apenas nos EUA, pelo menos por enquanto, informou a gigante da tecnologia ao responder questionamentos da AGU.
PIX PARA AUTÔNOMOS - O reforço na fiscalização não afetará o profissional autônomo que usa o Pix para comprar materiais e insumos, porque a diferença entre os custos e o faturamento é monitorada desde 2003, informou o Receita Federal.
PIX - O reforço na fiscalização do Pix reduzirá a chance de o trabalhador cair na malha fina, disse na segunda-feira (13) o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
Uma maravilhosa e abençoada quarta-feira a todos, a co0luna volta na sexta-feira. (DEUS É BOM – Em todo tempo).
Fontes: Agência/Brasil, Agência/Safras, Mundo Logística, Canal Rural e Ascom/DNIT.
Por: Luís Celso News
Contatos: (91) 98112 0021
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