Brasil precisa de infraestrutura, tecnologia e conscientização para evitar perda de alimentos
Você já se perguntou como o Brasil pode superar desafios como a infraestrutura deficiente e desastres naturais, ao mesmo tempo em que promove um desenvolvimento econômico, social e ambiental equilibrado?
Uma pesquisa recente realizada pela Globo Rural, com 200 executivos entrevistados, mostrou que 41,5% apontaram a logística e a cadeia de distribuição como as principais preocupações da indústria de agronegócio. Esse dado revela a urgência de modernizar nossa infraestrutura e repensar nossos métodos para evitar grandes perdas de alimentos e melhorar a eficiência.
Segundo o relatório Índice de Desperdício de Alimentos 2024, da ONU, a cadeia de produção de alimentos mundial desperdiçou 1 bilhão de refeições por dia em 2022. No Brasil, a ineficiência dos transportes contribui significativamente para esse problema. Rodovias ruins, inexistência de ferrovias e portos congestionados dificultam o escoamento da produção agrícola e pecuária, resultando em desperdício e prejuízos.
Como podemos superar essas barreiras? A solução passa por investimentos maciços na modernização e expansão das redes de transporte existentes, com ênfase nos modais ferroviário e fluvial. Além disso, é fundamental aumentar a capacidade de armazenamento, especialmente para pequenos e médios agricultores. Sem manutenção adequada, muitas instalações enfrentam problemas como vazamentos e controle inadequado de temperatura, aumentando o desperdício.
A modernização das operações agrícolas é crucial. A adoção de tecnologias avançadas, como agricultura de precisão, uso de drones, inteligência artificial e sistemas de irrigação com eficiência energética de fontes limpas, pode aumentar a produtividade e reduzir o desperdício ao longo da cadeia produtiva. No entanto, isso não basta. Devemos também encontrar um equilíbrio entre os custos de produção e a lucratividade, adotando novas tecnologias e conhecimento técnico para aumentar a eficiência.
No aspecto social, o trabalho é mais de longo prazo. Além do fortalecimento das comunidades rurais, investimentos em educação e capacitação técnica, é necessário desenvolver linhas de crédito capazes de financiar máquinas, equipamentos e produção, que sejam capazes de gerir o ciclo inteiro. Isso garante a alocação do recurso no momento certo, protegendo tanto o pequeno produtor quanto o credor.
No campo ambiental, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis é essencial. Essas práticas são vitais para o nosso futuro, e as soluções para alcançar a neutralidade de carbono são inúmeras. No entanto, para avançarmos de forma significativa, é crucial regularizar o mercado de crédito de carbono. A criação de um mercado regulado e auditado é fundamental para evitar fraudes, que infelizmente são comuns. Acredito que uma bolsa, como a de mercadorias e futuros, seja capaz de auditar e comercializar esses ativos com transparência, garantindo a integridade e eficácia do mercado de crédito de carbono.
Agora, gostaria de trazer um exemplo prático, que ilustra a importância de estarmos preparados para enfrentar desastres naturais e como isso se relaciona com o desenvolvimento sustentável. Recentemente, o estado do Rio Grande do Sul sofreu uma tragédia devastadora. Esse evento não apenas impactou milhares de vidas, mas também destacou a fragilidade de nossa infraestrutura e a necessidade de um plano de resposta rápida e coordenada.
Como podemos salvar vidas, reconstruir histórias e garantir a subsistência dos produtores locais em situações como essa?
Investimentos em infraestrutura local de reconstrução, que priorizem as pessoas afetadas e garantam o escoamento eficiente da produção, são essenciais. Precisamos de uma abordagem que combine resiliência e sustentabilidade para que possamos enfrentar esses desafios de forma eficaz.
Por fim, é primordial unir esforços com governos e partes interessadas para financiar uma produção agrícola limpa e sustentável. Devemos trabalhar juntos para transformar o Brasil em um exemplo de desenvolvimento integrado, equilibrando as necessidades econômicas, sociais e ambientais, e garantindo um futuro próspero e resiliente para todos.
*Rafael Gois é CEO do Grupo Fictor, holding de participação e investimentos especializada na gestão de empresas no mercado de private equity. Há 15 anos, vem atuando nos mais diversos setores e, atualmente, possui três divisões de atuação: alimentos; serviços financeiros; desenvolvimento imobiliário e energia.
Sobre o Grupo Fictor
O Grupo Fictor é uma holding de participação e investimentos especializada na gestão de empresas no mercado de private equity. Há 15 anos, vem atuando nos mais diversos setores e, atualmente, possui três divisões de atuação: alimentos; serviços financeiros; desenvolvimento imobiliário e energia. Com sede na região da Berrini, em São Paulo, a holding tem aplicado estratégias e políticas ESG no cerne de sua atuação e busca ser referência no mercado de private equity aliada às melhores práticas de sustentabilidade e governança.
Saiba mais em: www.fictor.com.br
Fonte: Guta Campos
guta.campos@xcom.net.br
Por: Luís Celso News
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