Fuzileiros Navais comemoram 216 anos com cerimônia no RJ

Evento foi presidido pelo Ministro da Defesa e teve presença das primeiras mulheres do curso de soldados do País

Fuzileiros Navais comemoram 216 anos com cerimônia no RJ

O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) comemorou, na quainta-feira (7), 216 anos de sua criação, em uma cerimônia militar realizada na Fortaleza de São José, no centro do Rio de Janeiro (RJ). O evento foi presidido pelo Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, e contou com a presença das primeiras mulheres a ingressarem no Curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais, representando a inclusão do sexo feminino em todos os corpos, quadros, escolas de formação e centros de instrução da Marinha do Brasil (MB).

O início da cerimônia deu-se com a revista à Guarda de Honra pelo Ministro da Defesa, seguido do canto do Hino Nacional. Em discurso, o Ministro da Defesa ressaltou a importância desta “especial parcela da Marinha do Brasil, formada por Combatentes Anfíbios, que têm formação, treinamento, material e doutrina especificamente definidos para operar a partir do mar”. Afirmou, ainda, que “é um privilégio poder parabenizar os Fuzileiros Navais por seu compromisso inabalável com a Defesa da Pátria”.

O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, asseverou que os valores e princípios dos “Fuzileiros de mar e de terra” são legados de seu patrono, o Almirante Sylvio de Camargo. “Sua influência perdura ao longo de gerações; molda o ethos de intrépidos combatentes; impulsiona-os a alcançar padrões elevados de desempenho na consecução da sua nobre missão (...) Reverenciar a egrégia história do Corpo de Fuzileiros Navais transcende a mera tradição, é lançar olhar ao porvir e augurar um futuro promissor aos ‘vibrantes guerreiros, leais fuzileiros’, na busca pela excelência”.

Já o Comandante-Geral do CFN, Almirante de Esquadra (Fuzileiro Naval) Carlos Chagas Vianna Braga, destacou a importância do CFN harmonizar três necessidades prementes: “preservar suas mais caras tradições, que foram fundamentais para atingir o grau de credibilidade atual; manter-se no mais elevado nível de prontidão operativa, sendo capaz de responder, imediatamente, às inúmeras demandas recebidas, constituindo a força estratégica de pronto emprego, de caráter anfíbio e expedicionário do nosso País (…) e, finalmente, reinventar-se, acompanhando os desafios impostos por um mundo em acelerada e turbulenta transformação”.

Medalha Mérito Anfíbio

Durante a cerimônia, foi realizada a imposição da Medalha Mérito Anfíbio para militares da ativa da MB em reconhecimento àqueles que, em exercícios e operações, se distinguiram pela exemplar dedicação à sua profissão e ao interesse pelo aprimoramento de sua condição de combatente anfíbio. Também ocorreu a imposição da Medalha Ordem do Mérito Naval ao Corpo de Fuzileiros da Marinha de Portugal, representado pelo seu Comandante, o Comodoro Armando Valente Tinoco.

Outro momento ilustre foi a entrega do Prêmio Fuzileiro Padrão do ano de 2023 para o Cabo Fuzileiro Naval de Blindados Maxwel Alves de Oliveira. Ele participou de processo seletivo interno e se destacou pelo alto padrão moral e profissional demonstrado ao longo da carreira.

O encerramento da cerimônia foi marcado por uma apresentação da Banda Marcial do CFN e pelo desfile em continência ao Ministro da Defesa, composto pela Companhia de Polícia do Batalhão Naval com motocicletas e por representação de militares: do Comando-Geral do CFN e do Comando da Força de Fuzileiros da Esquadra; militares mulheres, futuras Soldados, e Guardas-Marinha FN; dos atletas do Programa Olímpico da Marinha; da Associação de Veteranos do CFN; de alunos do Programa Forças no Esporte (Profesp); e de aspirantes Fuzileiros Navais da Escola Naval.

Capacidade anfíbia

Única tropa formada exclusivamente por militares profissionais, os Fuzileiros Navais, sem descuidar da sua missão principal de defesa da Pátria, têm atuado intensamente, no País e no exterior, em todo o espectro das operações militares, desde as operações de Guerra Naval - como as Anfíbias e as Ribeirinhas; passando pelas atividades de emprego limitado da força, a exemplo das operações de paz e de garantia da lei e da ordem; até as atividades benignas, que incluem a assistência humanitária e o apoio à Defesa Civil, além dos programas de desenvolvimento social.

É a força estratégica, de caráter anfíbio e expedicionário por excelência, que está sempre em condições de pronto emprego, onde e quando se fizer necessário. Isso demanda treinamento intenso, recursos humanos com sólida formação, aptidão e preparo físico, armamento e material atualizado, acompanhamento e evolução doutrinária, dentre outros requisitos.

As características do CFN são reconhecidas internacionalmente. Em relatório divulgado em 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou os Fuzileiros Navais do Brasil como um grupo de mentalidade “expedicionária, móvel e ágil” e composto dos mais “altos padrões de prontidão operativa e de pessoal”, bem como de “forte comando e controle, elevada moral e disciplina”. Em 2022, o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais de Emprego Rápido em Força de Paz recebeu, da ONU, a certificação nível 3, o mais alto nível de prontidão operacional do Sistema de Prontidão de Capacidades de Manutenção da Paz das Nações Unidas.

História do Corpo de Fuzileiros Navais

Os Fuzileiros Navais (FN) surgiram com o Terço da Armada da Coroa de Portugal durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), quando Felipe III, Rei da Espanha e de Portugal, viu a necessidade de resgatar os domínios portugueses nas Novas Índias, dos quais o Brasil fazia parte, que estavam dominados pelos Holandeses em 1624.

Com a invasão napoleônica em Portugal, a Família Real embarcou rumo ao Brasil, sendo escoltada pelos FN, e aqui chegaram em 1808. Eles foram a única tropa profissional terrestre do Brasil até a criação do Exército Imperial, por Dom Pedro I, nas guerras de Independência, e tiveram um papel importante na conquista da Capital Francesa nas Américas, em 1809, hoje conhecida como Guiana Francesa. Esse batismo de fogo ficou conhecido como a Tomada de Caiena.

Essa característica anfíbia e expedicionária foi, portanto, essencial para que Portugal tivesse maior poder de barganha no Congresso de Viena em 1815. Desde então, tornou-se condição primária ao Brasil possuir essas capacidades operativas. Para mais informações sobre a história e atualidades do CFN, acesse o hotsite alusivo à data, clicando aqui.

Outros eventos alusivos ao Dia dos Fuzileiros Navais pelo Brasil

• O Cristo Redentor, ponto turístico no Rio de Janeiro e conhecido internacionalmente, foi iluminado, na quinta-feira (07) para homenagear os Fuzileiros Navais;

• A Banda Sinfônica do CFN realizará apresentações, nos dias 26 e 27 de março, no Theatro Municipal do Rio; 

• A tradicional Parada Após o Pôr do Sol ganhou, neste ano, um palco diferente: o convoo do Navio-Aeródromo Multipropósito “Atlântico”. Os eventos vão acontecer nos dias 12 e 14 de março, respectivamente, nas cidades de Recife (PE) e Cabedelo (PB).

Fonte: Agência Marinha de Notícias
Acesse: https://www.marinha.mil.br/agenciadenoticias/

Por: (LCN) Luís Celso News

E-mail: luiscelsonews@gmail.com