Câmbio e instabilidade global são desafios para setor logístico pautado pela inovação
* Paulo Sarti é diretor-presidente da Penske Logistics Brasil
Em 2024, a demanda por inovação e tecnologia na logística ganhou ainda mais força. Novas soluções baseadas em Inteligência Artificial, com foco principalmente em maior rastreamento das cargas e aumento da velocidade de entrega, pautaram as discussões envolvendo o setor produtivo e os operadores logísticos. Essa tônica deve se intensificar em 2025, acompanhada por desafios relacionados ao câmbio e à instabilidade global.
A mais recente edição do estudo global Third-Party Logistics Study, liderado por John Langley, da Penn State University, mostra que três quartos dos emissores (empresas que fabricam bens ou prestam serviços) veem o uso de IA como fator determinante para escolher um operador logístico.
Em comparação com o ano passado, cresceu, por exemplo, a exigência do setor produtivo por capacidade de visibilidade, rastreamento e gerenciamento das mercadorias (de 49% para 68% dos entrevistados). Oferecer ao mercado uma torre de controle adaptável e em constante evolução é indispensável em um país como o Brasil, em que a péssima condição das estradas e os altos índices de roubo exigem ações efetivas para reduzir eventuais impactos negativos sobre a cadeia.
Outra demanda crescente diz respeito à velocidade das entregas, a partir da consolidação do hábito dos brasileiros de comprar no e-commerce e da disseminação de modelos de negócio como o D2C (Direct-to-consumer, ou “direto ao consumidor”), em que o produtor elimina todos os intermediários e entrega diretamente ao cliente final. Segundo o Third-Party Logistics Study 2025, 48% dos emissores e 53% dos operadores logísticos afirmam que os consumidores esperam receber suas encomendas em menos de dois dias.
Indicadores da economia e do consumo, como baixo desemprego, PIB acima do esperado e vendas superiores à expectativa na Black Friday deste ano, sinalizam boas perspectivas para a logística em 2025. Por outro lado, alguns desafios econômicos persistem e podem pressionar as margens financeiras dos operadores logísticos nos próximos meses.
O dólar alto e as pressões inflacionárias, principalmente sobre insumos importados, manterão o setor em alerta para possíveis impactos na cadeia de suprimentos brasileira, assim como a continuidade dos conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu.
Aumentar a eficiência e ser mais sustentável seguirá entre as prioridades. Uma tendência crescente é o compartilhamento de custos, seja por meio dos armazéns multiclientes ou da malha logística compartilhada, que permite que diferentes empresas dividam despesas de transporte e distribuição de cargas, reduzindo também os impactos ambientais atrelados à cadeia de suprimentos e contribuindo com menores prazos de entrega.
Em 2025, além dos desafios financeiros inerentes à atividade logística, teremos de concentrar ainda mais esforços na otimização da infraestrutura física e tecnológica, com atenção especial à capacitação contínua dos colaboradores. Capacidade analítica e conhecimento sobre a realidade do mercado e as necessidades dos clientes permanecerão como os verdadeiros diferenciais competitivos.
Fonte: Mundo Logistíca
Por: Luís Celso News
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